Leiturize-se

Acontece que Aurora é uma criada do palácio e quando essa oportunidade surge, ela fica super feliz e decide aproveitar, afinal, tem apenas uma noite para realizar seus sonhos. Mas Cassian, seu melhor amigo desde a infância e atual comandante da guarda real, não parece inclinado a deixar a jovem curtir seu único baile com o príncipe.

Aurora é uma moça simples, que não conheceu seus pais e foi criada por tia Sonya, uma das cozinheiras do palácio. Então passou a vida arrumando aqui e ali, até que houve a maravilhosa oportunidade de ir em um baile de verdade e sua vida começa a mudar a partir daí.

O príncipe Matthew faz totalmente jus ao seu título, pois é um verdadeiro cavalheiro, sempre disposto a realizar quaisquer vontades que Aurora eventualmente possa ter. Já Cassian em alguns momentos me deixou um tanto irritada e em outros apaixonada (é por isso que detesto triângulos, mas como todo livro juvenil tem, não podemos reclamar e preciso dizer que até gostei desse). O comandante é um homem intenso, acho que nenhuma palavra poderia defini-lo melhor do que essa.

Os capítulos são curtos e rápidos, mas de forma que não é corrido, ou seja, conseguimos entender perfeitamente os espaços temporais e os cenários. A maior parte da história é narrada por Aurora, intercalando algumas vezes entre Cassian e Matthew.

A trama é envolvente e quando pensamos que a autora está perdendo o ritmo, rapidamente somos surpreendidos com novos acontecimentos. Gostei da forma como os personagens e os cenários foram desenvolvidos e gostei também pelo fato de a autora colocar os nomes dos reinos com referências bíblicas. Ainda podemos notar uma sutil semelhança com A Seleção (e olha que eu não li essa série ainda), mas nada que venha desanimar a leitura.

A diagramação está muito bem trabalhada! Os capítulos tem uma arte própria e a capa está linda! Encontrei poucos erros gramaticais mas que não alteram o entendimento da obra.

Recomendo a todos que apreciam obras bem desenvolvidas, com personagens marcantes com uma guerra prestes a estourar e que mesmo assim é apaixonante.

Oito anos depois do último encontro, o que Ally menos deseja é rever o ex e sua bela esposa. Porém, o destino tem planos diferentes e, ao longo de uma noite decisiva, as duas mulheres se reencontram na sala de espera de um hospital, temendo pela vida de seus maridos. Diante de incertezas que achavam ter vencido, elas precisarão repensar antigas decisões e superar o passado para salvar aqueles que amam. 

Com a delicadeza tão presente em seus livros, Dani Atkins mais uma vez nos traz uma história de emoções à flor da pele, um drama familiar comovente que não deixará nenhum leitor indiferente.

A história começa na UTI de um hospital onde os maridos de Ally e Charlotte estão internados em estado grave. As duas possuem uma história que se iniciou no passado mas que o destino resolveu trazer de volta ao presente, pois o marido de Charlotte, David, foi o grande amor (e a grande desilusão) da vida de Ally e qual não seria a surpresa dela ao saber que David estava internado no mesmo hospital a poucas salas de distância de seu marido Joe.

A medida que a leitura avança vamos conhecer um pouco sobre essas duas mulheres marcadas pela tragédia. Os capítulos são narrados pelos pontos de vista das duas personagens, mesclando entre o passado e o presente, deixando o leitor cada vez mais apreensivo com o que vai acontecer no desfecho que se mostrou uma incógnita até mais ou menos faltando umas 80 páginas para o final.

A escrita da autora é fluida e prende a atenção do leitor, de modo que não percebemos o quão grande são os capítulos. O que queremos saber é o que vai acontecer com essas duas famílias distintas e ao mesmo tempo tão parecidas.

Charlotte é uma mulher fútil que sempre dá uma de durona mas que morre de medo de David abandoná-la e voltar para a ex-namorada. Vive com medo do passado e a espreita de algo ruim acontecer até que descobre que ele está internado no mesmo hospital que o marido de Ally.

Tive tanta raiva dela que muitas das vezes cogitei pular as partes que ela narrava, porque na minha opinião, ela tentava se justificar o tempo todo por ter afastado um casal tão apaixonado e intenso. Ela acaba sendo uma mulher amargurada mas que faz de tudo para esconder isso de tudo e de todos.

Já Ally é uma mulher doce e dedicada a família. Ela me ganhou logo no início da história e é impossível não se comparecer por ela em todos os momentos e torcer por seu final feliz em uma noite fatídica de dezembro.

O livro todo seguiu em ponto alto, mostrando exatamente como é a personalidade de cada um dos personagens, tudo para aumentar a curiosidade e a tensão sobre o final. A escrita é muito fluída e emocionante mas o final me deixou perplexa, para ser mais exata, como falei lá em cima, ficou meio claro como terminaria, mas a última página do epílogo me deixou enjoada e me fez pensar que se fosse eu no lugar de tal personagem, talvez não teria a mesma atitude, embora essa personagem tenha agido de maneira correta.

Rainbow é uma garota que, ao contrário do que o nome sugere, tem sua vida determinada em tons de cinza. Não gosta de pessoas e contatos físicos a deixam nervosa. É a típica nerd, que sempre fez de tudo para passar com ótimas notas.

A garota possui dois irmãos Sunshine e Storm e os pais são hippies, do tipo paz e amor e que não tem moradia fixa. Então eles estão sempre se mudando até que encontram uma cidade pacata e mais uma vez dá início às mesmas coisas pela qual Rainbow já está cansada de passar, por ser sempre a aluna nova. Entre essas coisas chatas, uma que acontece com bastante frequência é a escolha de seu nome e de seus irmãos virarem chacota entre os alunos. Até que Rain conhece Thomas, um cara de cabelos longos que imediatamente ela julga como punk.

"Minha dificuldade em fazer novos amigos poderia, sim, estar associada ao hábito constante de mudanças a que nossos pais nos obrigaram desde crianças. Eu provavelmente havia feito um escudo à minha volta, fazendo com que as pessoas se mantivessem distantes; dessa forma, quando eu precisasse mudar de cidade de novo, não haveria sofrimento e muito menos ranger de dentes. Seria fácil descartar os colegas de escola, tal qual descartamos um guardanamo. Mas este era meu conceito. Minha visão das coisas."

Engraçado disso tudo é que Rain é cheia dos estereótipos e sempre tentou se camuflar as paredes das escolas em que estudou, ao invés de fazer amizades. Sempre abominou as populares, as líderes de torcida e principalmente os jogadores de futebol da escola, por achar que eles eram apenas um rostinho bonito e sem cérebro e Thomas surge para jogar todas os seus preconceitos por terra.

Thomas é um cara popular, de olhos verdes e cabelos longos e muito inteligente, que nada se parece com um quaterback e entre eles começa a surgir uma linda amizade que acaba virando um lindo amor. Esse que será ameaçado com a chegada de Cybella, prima modelo do punk que sofre de distúrbios mentais e coloca em risco a segurança do casal.

"Era certo, como a Terra é redonda, que aquela garota guardava dentro de si as coisas mais especiais possíveis, mas permitia a poucas pessoas terem um vislumbre disso."

O livro é narrado pelo ponto de vista de Rainbow e as vezes pelo ponto de vista de Thomas também. O fato legal é que a todo momento a autora tenta colocar termos nerds na narração de Rain, para deixar bem característico a ela, o que me fez dar boas risadas com a nossa protagonista super divertida mas que sempre se achou muito sem graça.

Outros personagens que se destacaram bastante também foram os irmãos da Rainbow, Sunny e Torm, pois os três foram criados da mesma forma e não poderiam ser mais diferentes um do outro, mas mesmo assim, o laço que unem esses irmãos é algo tão belo e raro de se encontrar, pois quando surge um problema, eles já se programam para ajudar um ao outro. Dei muitas risadas também com Torm e seu temperamento como forma característica do significado de seu nome e de Sunny doida atrás dos gatinhos da escola e querendo se engalfinhar com um jogador do time.

"Em todo o auge da minha nerdice extrema, aquele beijo perfeito ainda foi destrinchado na minha mente, quando percebi que a inclinação da minha cabeça para um lado e a dele para o outro criava um ângulo muito adequado de encaixe entre nossos lábios"

Toda a trama é muito bem construída, com cenários e personagens muito reais, onde eu me vi claramente na pele da Rain e torci, sorri, gargalhei e me compadeci pelas situações em que ela se metia. O único ponto que não me agradou muito foram os palavrões inseridos no enredo, alguns em alguns momentos desnecessários e outros usados no exato ápice de ira dos personagens. Fiquei um pouco incomodada, mas nada que viesse prejudicar o entendimento da história.

Rainbow e Sunny são garotas incríveis. Mesmo tendo suas diferenças elas se respeitam e se apoiam uma na outra. Nos momentos entre irmãs, me vi desejando ser amiga de ambas.

"Desde que Thomas Reynard chegou com aqueles olhos verdes perscrutadores, me desafiando a sair da concha na qual me enfiei, passei a questionar minha decisão de ter me enclausurado dentro de mim mesma."

Esse é daqueles livros que você lê de uma vez e solta suspiros de felicidade, pois mesmo sendo um pouco clichê, nos faz rir e devorar as páginas sem nem percebermos. Eu li tão rápido que quando chegou ao final, fiz aquela carinha triste do tipo: "já acabou?"

A edição do livro está impecável, não encontrei erros e a diagramação está belíssima, com efeitos de arte em cada começo de capítulo, que por falar neles, são curtinhos e nos fazem querer ler mais e mais.

"Já era um avanço na evolução da minha espécie somente a admissão de que eu sentia uma intensa necessidade dos braços de Thomas Reynard ao meu redor para me dar o apoio que nem eu imaginava que precisaria"

Recomendo a obra para todos aqueles que acabaram de ler um livro denso e querem espairecer. E para aqueles fãs de romances água com açúcar, pois é impossível não se envolver com os personagens e se identificar com a protagonista.

"Ele acabava me obrigando a fazer coisas que nunca pensei que gostaria de fazer. Eu encontrava diversão onde antes apenas via algo anormal ou idiota."

No primeiro conto vamos conhecer o casal Melissa e Robert, que antes de se casarem eram amantes, se casam, vivem oito anos de felizes para sempre, até que Melissa fica desconfiada se Robert está tendo um caso e eis que as cunhadas a estimulam ir atrás do marido para desvendar o mistério e toda a desconfiança da moça já mãe de duas crianças e totalmente atarefada com os afazeres do trabalho, da casa e dos filhos a levará direto para uma grande aventura. A leitura foi um pouco lenta de início mas logo depois peguei o ritmo.

No segundo conto, somos apresentados a Samantha Thompson, uma excelente bailarina que é negligenciada pelo professor às vésperas de um grande espetáculo. Samantha acaba descobrindo depois que irá fazer par com Adam Miller, um bailarino excêntrico e maravilhoso no qual a moça é apaixonada desde os tempos de escola. À medida que o tempo passa nos treinos para o grande espetáculo eles se reaproximam e Sammy descobre que Adam sempre foi apaixonado por ela, só que nunca teve coragem de se declarar. É uma leitura fluida e muito fofa, com várias referências às séries e livros da nossa atualidade. Com uma narrativa leve e fluida, capturando totalmente a atenção do autor, M.S Fayes nos mostra mais uma vez que tem o dom para a escrita.

O quarto conto é mais agitado, iniciando já com cenas de ação e morte (adoro, pois me deixa ainda mais ligada no proceder dos fatos). Vamos conhecer Jodie Clarke que após matar a sangue frio cinco bandidos que roubaram uma fortuna de sua família, decide poupar a vida de Samantha, uma garota de programa que acabou ficando encarcerada durante quatro dias pelos malfeitores. Após salvar sua vida, Jodie decide levá-la consigo de volta para São Francisco e lá arruma um trabalho de dançarina para a moça, mas quem disse que eles terão um momento de paz e tranquilidade? Com a narrativa intercalada entre Samantha e Jodie, o leitor conhece melhor cada personagem e é inserido em um cenário cheio de tensão e possíveis perigos. A única coisa ruim do conto foi o fato de ele terminar com gostinho de quero mais. Fica aí a dica para JC Ponzi de dar uma trabalhada nesse conto e transformar em um livro. Acho que vai conquistar muitos leitores, principalmente porque não há cenas explícitas e os cenários são super bem desenvolvidos. A história ficou um pouco semelhante a A Morte de Sarai, cujo livro é um dos meus favoritos.

O quinto conto eu ri bastante. Nele vamos conhecer Viviane, uma estagiária de 29 anos que sofre bullying da chefa e em pleno dia dos namorados, Mirna, a chefa, impede que Viviane vá para casa até que ela termine um relatório e eis que o café acaba e ela tem a brilhante ideia de ir ao supermercado comprar mais pó, porém uma série de fatores acontece no curto trajeto da empresa ao supermercado e ela não imaginava que sua vida fosse mudar tanto. Com uma narrativa bem leve e descontraída, Mila Wander proporciona um conto bem desenvolvido e descomplicado, com uma personagem super divertida e mostra como uma pessoa pode encontrar a sorte grande em meio a tanto azar.

Sem amigos e muito comprometida com a família, não conhecia a má fama de Otávio — um sujeito sem caráter e sem escrúpulos — que se aproxima de Lilly com péssimas intenções. 

Ingênua e cheia de sonhos românticos, não percebe que as investidas de Otávio não são por sentimentos nobres e se apaixona e ele se torna a maior de suas decepções e o pior de seus pesadelos. 

O estado de Susan, mãe de Lilly, se agrava e um novo médico chega à cidade com a difícil tarefa de diagnosticar sua doença. Este médico é Léo, que está realizando uma pesquisa de doutorado, e vê no caso, uma oportunidade de aprofundar seus estudos. 

Lilly e Léo se conhecem e a princípio existe certa antipatia que o convívio transforma em amizade e que desperta uma paixão! 

Eles descobrem um sentimento genuíno e intenso, capaz de curar feridas e dar esperanças para o futuro, porém, Otávio se mostra possessivo e bastante vingativo tornando a vida dos dois bastante conturbada. 

Será que um amor tão jovem e recente é capaz de superar tão sérios obstáculos? Será possível a cura de Susan? Lilly poderá concretizar seus sonhos e viver este grande amor? 

Venha conhecer esta estória de amor, que mesmo com tantos altos e baixos, pode ser: “Quase um Conto de Fadas”!

Sejam bem vindos a pequena cidade de Mutuca, palco de nossa protagonista Lilly! 

Lilly é uma garota encantadora e, apesar de não ter amigos, tem seus pilares apoiados em seus pais, mas a situação muda quando a mãe fica terrivelmente doente e ninguém do hospital da cidadezinha sabe como tratar essa enfermidade.

Mas não tem problema, mesmo assim Lilly mantém as esperanças e o pensamento positivo sempre, pensando que vão conseguir encontrar a cura e enquanto sua mãe está em processo de diagnóstico e seu pai tomando conta dela no hospital, a jovem se vê encarando seus dias sozinha em casa e cuidando dos afazeres para manter tudo em ordem até a volta de sua querida mãe e é numa dessas tardes que ela conhece Otávio.

Acontece que ela sempre se sentiu atraída por ele e, então, quando ele começa a prestar mais atenção nela, Lilly não poderia ficar mais feliz, mas mal sabia que seria vitima de um terrível revez do destino. E eis que passado algum tempo, o doutor Leo chega a cidade para diagnosticar sua mãe e nossa heroína vê no médico bonitão a chance de salvar sua maezinha de um terrível mal e quando ao doutor... bem, ele enxerga algo muito além disso e Lilly, que só queria se livrar de uma vez por todas de Mutuca, acaba encontrando motivos interessantes para permanecer na cidadezinha.

Apesar dos revezes na vida de Lilly, ela é uma garota sempre de bem com a vida, que não se deixa abater pelos fatos. Temos uma protagonista otimista e forte, capaz de qualquer coisa para salva a vida da mãe e o bem estar do pai. 

A históra é fluida, leve e divertida. Os capítulos são curtos e rápidos, de maneira que a trama avança facilmente sem nem percebermos. Em alguns momentos pude rir bastante com as peripécias da personagem enquanto que em outros, me solidarizei com ela. É impossível não se apegar a jovem e torcer para que tenha um final feliz.

Doutor Leo é um homem íntegro e muito cativante também, que nos arranca suspiros toda vez que entra em cena. O típico príncipe encantado que toda mulher sonha em ter em sua vida. 

Mas não pense que a história é toda mimimi, pois não é. Há momentos de peirgo e de tensão e também momentos de paixão ardente (fica a dica para quem gosta de livros intensos e apaixonantes). Os capítulos são narrados em grande maioria por Lilly, alterando vez ou outra para Léo e também para Otávio. 

Com uma escrita envolvente, a autora prende a atenção do leitor até o final e somos arrebatados por personagens reais e passionais, capaz de tudo para conseguir algo, seja por merecimento ou mero capricho. 

Recomendo a obra a todos aqueles que apreciam um bom romance, com uma dose de clichê, mas que mesmo assim não perde a sua essência.

Para encontrar a resposta, Maya precisará lidar com os segredos profundos e as mentiras de seu passado antes de encarar a inacreditável verdade sobre seu marido – e sobre si mesma.

"O fantasma da morte te persegue, Maya."

Também não era para menos. Maya Stern é uma ex-capitã do exército e passou sua vida servindo o país em missões no Oriente Médio até que conheceu Joe Burkett em uma das raras vezes em que esteve em solo nacional. Se apaixonaram e logo se casaram e tiveram uma linda filha chamada Lilly. Mas realmente o fantasma da morte a perseguia pois, quatro meses após a morte da irmã Claire, o cadáver da vez era Joe.

Após um enterro conturbado e ter que lidar com a burocracia da família Burkett, Maya finalmente volta para casa e eis que é indiciada por um detetive de Nova York para prestar seu depoimento sobre o assalto que se transformou em uma fatalidade, tirando a vida de seu amado marido. Confrontada não apenas com a morte repentina dele, como também de sua irmã e a possível sensação de alucinação, Maya vai atrás dos culpados e começa a investigar por conta própria sobre esse mistério. Ela só não esperava que o cerco se fecharia contra ela, tirando-lhe tudo.

Com uma leitura fluida vamos acompanhar a nova rotina de Maya em relação a morte do marido que já morre na primeira página do livro, não deixando espaço para o leitor sequer respirar. Somos sugados para o meio da tempestade onde nada é o que parece e tudo pode ser possível, mas tenha cuidado! Há sérios riscos de se enganar lindamente pelos acontecimentos.

A vida de Maya toma proporções que nem ela mesma esperava que acontecesse. Como se não bastasse lidar com as mortes do marido e da irmã, ela sofre flashbacks do atentado que custou sua carreira militar. Somado isso ao fato de ver o marido vivo em uma gravação um dia após o enterro do mesmo. E quando ela acha que está a ponto de enlouquecer, se depara com questionamentos que até então nunca lhe passaram pela mente a respeito das possíveis fraudes que a família Burkett estaria envolvida.

A família Burkett, berço de Joe, é como se fosse um clã, que se une e se fecha para proteger os que são seus, vendo os de fora (até mesmo agregados que entraram pelo casamento por exemplo) como forasteiros e possíveis ameaças. Uma clássica família britânica onde se nomeia até mesmo as residências deles como era feito no tempo da aristocracia.

Coben nesse livro se mostra um exímio mestre do crime e do mistério, levando o leitor a criar teorias da conspiração para chegar no final e rir bem da nossa cara. O autor nos conduz a um maravilhoso plot-twist, de uma forma que não deixa pistas para imaginações. Acredito que esse tenha sido o melhor livro que li dele até agora.

À medida que Maya vai descobrindo novas pistas, o leitor se pega duvidando da sanidade da personagem mas que mesmo não dando o braço a torcer que avançar na história, ir até o final só para ver no que vai dar. É o que o efeito Coben causa nas pessoas, ele nos faz desacreditar da vítima.

Mesmo com todas as tragédias, Maya é uma mulher forte, de fibra, que não se deixa levar e que ao decorrer da história acaba surpreendendo e muito.

O final não poderia ser mais inimaginável, imprevisível possível. Bati cabeça tentando desvendar todas as informações e fui surpreendida com uma reviravolta impressionante, conduzida com maestria, para não deixar nada a desejar. O autor é tão brilhante que mesmo após anos de carreira consegue se reinventar. Isso é uma das características que eu mais admiro nele.

Com capítulos curtos e terminando cada capítulo com vontade de ler logo o que vem a seguir a história toma seu rumo, nos prendendo e fazendo ansiar por mais.

"Dinheiro comprava privacidade. Dinheiro comprava cercas. Dinheiro comprava diversos níveis de isolamento. Dinheiro comprava os confortos do mundo urbano, junto com a segurança dos condomínios fechados dos subúrbios. Dinheiro (muito dinheiro) comprava escolas como aquela. Quanto mais dinheiro, mais as pessoas procuravam se proteger nos intestinos de um casulo."

A edição está impecável como sempre, sem erros ortográficos ou gramaticais. Digna de um trabalho da Arqueiro mesmo!

No mais recomendo a obra para todos aqueles que querem sair da zona de conforto e serem surpreendidos, tomarem uma rasteira e acordarem para vida, pois nada nunca é o que parece e às vezes a resposta para determinada situação pode ser mais simples do que você imagina.