Livro: O Escravo de Capela
Autor: Marcos DeBrito
Páginas: 288
Editora: Faro Editorial
Tema: Mistério, suspense, thriller, romance
A medida que os dois vão fazendo amizade, o velho repara em Sabola o desejo incontido de se tornar livre novamente e alimenta esse desejo no rapaz ensinando como se libertar as correntes. Os dias passam e quando finalmente Sabola consegue os instrumentos para abrir o cadeado, seu sonho de ser livre está a um passo de ser realizado. O que ele não contava é de ser visto em pleno ato de fuga por Jonas, o peão de maior confiança dos Cunha Vasconcelos. O resultado para tamanha afronta e ato de rebeldia não poderia ser pior, pois a fuga foi arquitetada em pleno aniversário de 60 anos do Grão-senhor e a morte para o nosso escravo aventureiro era certa (calma gente, não é spoiler, ele morre logo no começo do livro, está escrito na sinopse), mas aí eis que algo acontece e nem a morte é capaz de para o espírito enfurecido e louco por liberdade e então o jovem negro ressurge como algo muito mais assustador em busca de vingança por seus algozes e a história naõ poderia fica mais eletrizante e regada de sangue.
O que mais gostei na história foi a reviravolta incrível que aconteceu no final do livro, me fazendo tomar um baque violento e a finalmente vestir a carapuça do entendimento sobre o porquê de tudo o que aconteceu ter acontecido e sinceramente não sei se tiro a razão do mentor para tudo isso, mesmo tendo achado a história pesada. O autor nos leva a um maravilhoso plot-twist, onde o leitor se vê perdendo todas as teorias para tamanha atrocidade ter acontecido.
Autor: Marcos DeBrito
Páginas: 288
Editora: Faro Editorial
Tema: Mistério, suspense, thriller, romance
Sinopse: Durante a cruel época escravocrata do Brasil Colônia, histórias aterrorizantes baseadas em crenças africanas e portuguesas deram origem a algumas das lendas mais populares de nosso folclore. Com o passar dos séculos, o horror de mitos assustadores foi sendo substituído por versões mais brandas. Em “O Escravo de Capela”, uma de nossas fábulas foi recriada desde a origem. Partindo de registros históricos para reconstruir sua mitologia de forma adulta, o autor criou uma narrativa tenebrosa de vingança com elementos mais reais e perversos. Aqui, o capuz avermelhado, sua marca mais conhecida, é deixado de lado para que o rosto de um escravo-cadáver seja encoberto pelo sudário ensanguentado de sua morte. Uma obra para reencontrar o medo perdido da lenda original e ver ressurgir um mito nacional de forma mais assustadora, em uma trama mórbida repleta de surpresas e reviravoltas.
Neste livro, vamos conhecer Sabola, um escravo recém chegado a Fazenda de Capela, que para muitos é uma linda paisagem, mas para os negros, não passa de um lugar cruel onde o sadismo e a truculência não tem limites para o feitor da cana.
Logo no primeiro dia de trabalho, Sabola já se sente infeliz por trabalhar no canavial e pensa em meios de como fugir desse lugar, até que encontra alento no colega de senzala, Akili, um velho, que não pode mais andar por ter tido as pernas quebradas devido a violência de Antônio, filho do Grão-senhor da fazenda, em uma tentativa infrutífera de fuga.
"Tendo as costas do escravo como tela, o feitor pincelava de vermelho o seu escárnio. Naquela aquarela abstrata de sangue e suor, a dor encontrava bem o seu entorno."
A medida que os dois vão fazendo amizade, o velho repara em Sabola o desejo incontido de se tornar livre novamente e alimenta esse desejo no rapaz ensinando como se libertar as correntes. Os dias passam e quando finalmente Sabola consegue os instrumentos para abrir o cadeado, seu sonho de ser livre está a um passo de ser realizado. O que ele não contava é de ser visto em pleno ato de fuga por Jonas, o peão de maior confiança dos Cunha Vasconcelos. O resultado para tamanha afronta e ato de rebeldia não poderia ser pior, pois a fuga foi arquitetada em pleno aniversário de 60 anos do Grão-senhor e a morte para o nosso escravo aventureiro era certa (calma gente, não é spoiler, ele morre logo no começo do livro, está escrito na sinopse), mas aí eis que algo acontece e nem a morte é capaz de para o espírito enfurecido e louco por liberdade e então o jovem negro ressurge como algo muito mais assustador em busca de vingança por seus algozes e a história naõ poderia fica mais eletrizante e regada de sangue.
Com a narrativa em terceira pessoa, o autor nos permite viajar pelas matas que ladeiam a fazenda e vivenciar momentos que ficarão por um bom tempo na mente do leitor, nos deixando perplexos com o rumo dos acontecimentos para chegarmos a pensar que pelo menos algo de bom tem que sair dessa empreitada macabra.
Confesso que é o primeiro livro de terror que leio e que gostei bastante dos fatos que aconteceram na história. O autor conduziu a trama com maestria, misturando um pouco do folclore nacional com rituais e crenças afriacanas, nos possibilitando uma riqueza de detalhes e também a enxergar a verdade nua e crua que os nossos antepassados foram obrigados a passar devido a falta de humanidade em seus senhores.
Para os fãs de thrillers, garanto que essa obra não vai se decepcionar, principalmente se você for fã do Raphael Montes, O Escravo de Capela segue em linhas similares às obras do autor.
"As pás foram movidas e o defunto desmembrado começou a ser enterrado sem sequer terem lhe retirado o saco encharcado de sangue da cabeça. Apenas a boca escancarada, que insistentemente buscara o ar nos seus últimos suspiros, estava descoberta e não foi poupada de ser alimentada com a terra que o encobria."
O que mais gostei na história foi a reviravolta incrível que aconteceu no final do livro, me fazendo tomar um baque violento e a finalmente vestir a carapuça do entendimento sobre o porquê de tudo o que aconteceu ter acontecido e sinceramente não sei se tiro a razão do mentor para tudo isso, mesmo tendo achado a história pesada. O autor nos leva a um maravilhoso plot-twist, onde o leitor se vê perdendo todas as teorias para tamanha atrocidade ter acontecido.
O final não poderia ser mais imprevisível. O tipo que apesar dos pesares, o fim justifica os meios e nos fazendo ficar de queixo no chão pensando: "Droga, por que não pensei nisso antes? Como pude deixar isso passar?".
A edição está maravilhosa, tem algumas ilustrações bem impactantes que permite ao leitor soltar a imaginação sobre a trama e mesmo apesar de ter alguns capítulos longos, não atrapalha em nada a leitura, pelo contrário, é bem fluida e complexa, mas que prende totalmente a atenção do leitor. A diagramação está excelente e não encontrei nenhum erro na revisão. Preciso dar os parabéns a editora pelo brilhante acabamento realizado nessa obra.
No mais, eu recomendo essa história para todos os fãs de terror e que não tem medo de se aventurar por lugares sombrios.